quarta-feira, 2 de julho de 2014

Trocas de letras na Escrita e/ou na leitura Oral x Fonoaudiologia

As trocas de letras na escrita e/ou na leitura oral podem ser observadas no início do processo de alfabetização. Até o segundo ano de exposição à leitura e à escrita a criança está se apropriando de um novo código para se comunicar graficamente. Portanto, pais e professores não devem se preocupar com as trocas que ocorrem como por exemplo: escrever jirafa em vez de “girafa”; “macinha” ao invés de massinha. As trocas que não modificam o “som” do vocábulo não devem ser supervalorizadas no início da alfabetização.


É importante, porém, que se caracterize o que deve ser considerado preocupante no desenvolvimento da leitura e escrita.

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Se a criança apresenta trocas na fala e essas trocas são transferidas para a escrita, é urgente que o tratamento fonoaudiológico se inicie, pois, a habilidade de falar corretamente deve estar estabelecida até por volta dos 5 anos de idade. Trocas eventuais em palavras que não fazem parte do vocabulário da criança, podem ocorrer, mas a partir do momento que a criança integrou o vocábulo, não deve escrevê-lo de forma incorreta.

Muitas vezes observamos que a dificuldade de escrever sem trocas está relacionada à falhas na discriminação auditiva. Ou seja, fonemas que são “parecidos acusticamente” (/p/ e /b/; /t/ e /d/; /f/ e /v/; /s/ e /z/; /x/ e /j/ /q/ e /g/ ou /c/ e /g/ entre outros) podem soar iguais para a criança que ainda não desenvolveu totalmente a habilidade de discriminação auditiva. No momento, então, da escrita podem ocorrer trocas do tipo: fazenta em vez de “fazenda”; xanela em vez de “janela”; guaresma em vez de “quaresma”; divícil em vez de “difícil”.

Esse tipo de troca pode acontecer porque a criança no momento da escrita não consegue perceber qual letra representa o som que está ouvindo. Se essa dificuldade persiste ao longo do segundo ano é necessário que a criança seja avaliada em fonoaudiologia, para que se detectem quais as alterações e inabilidades que levam a isso. Faz-se necessário que o tratamento fonoaudiológico seja iniciado tão logo seja possível para que a criança supere o mais rápido essas dificuldades.

Crianças que têm histórico de otites na primeira infância, podem não ter desenvolvido plenamente a atenção e a discriminação. A audição é o canal sensorial mais importante para que a criança possa aprimorar a atenção auditiva, a discriminação, a memória, a análise e a síntese auditiva. 

Essas habilidades são essenciais no desempenho e na apropriação da leitura e escrita. Crianças que foram pouco estimuladas na primeira infância, ou seja: por doenças e internações frequentes, por situações que não permitem a exploração do ambiente, ou convivência somente com adultos ou pessoas que falam pouco com a criança, também podem apresentar dificuldade em desenvolver a leitura e a escrita.

Expor a criança a ambientes de leitura e de escrita por mais simples que sejam, é muito importante para que ela possa experienciar o novo código gráfico que utilizará ao longo da vida. Jogos e brincadeiras que exploram a atenção e o interesse da criança para esse aprendizado farão com que ela se ambiente e familiarize com as formas, letras e números ampliando seu universo, expandindo tanto a atenção e memória auditiva quanto a visual.

O tratamento fonoaudiológico irá refinar a discriminação auditiva e ao mesmo tempo melhorar a associação do som com a letra fazendo com que a criança fixe e automatize corretamente os variados sons da língua e a transposição para o código gráfico. Estimular a criança a ler e a escrever mesmo que seja com erros é o principal passo para que ela se desiniba e queira superar as suas dificuldades.

Publicado em 19/11/2013
Imagem:Net

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